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E você: sabe sambar na dificuldade?

O castigado Rio de Janeiro, que sofreu recentemente com a guerra ao tráfico, e depois com os deslizamentos em sua região serrana, iniciou a semana com mais uma tragédia.

Um incêndio na Cidade do Samba atingiu vários barracões e destruiu fantasias, alegorias e carros de algumas das escolas do Grupo Especial.

O sinistro ocorre semanas antes dos desfiles que atraem turistas do mundo inteiro e movimentam a economia da Cidade Maravilhosa.

Triste. Mas não tão raro. Eventos semelhantes já ocorreram em outras ocasiões. Em 2001, por exemplo, um incêndio destruiu o barracão da Imperatriz Leopoldinense. Em 2005, foi a vez da Portela perder parte de seu abre-alas.

Em todos esses casos, os apaixonados pela festa deram um jeito de aceitar o imponderável, superar o desastre e apresentar o espetáculo.

No caso das empresas, isso nem sempre é possível. Organizações que são destruídas (ou que destroem) muitas vezes não se recuperam.

Frequentemente, os maiores danos são aqueles que ferem a imagem da companhia.

Na administração moderna, discute-se muito a implementação de planos de contingência ou de “recuperação de desastres”. Há até uma matéria especifica para alguns temas de perdas - a gestão do risco ou Risk Management como alguns preferem.

O objetivo é reativar o mais rapidamente a operação, reduzir a perda de receitas, minimizar os prejuízos dos acionistas, evitar problemas de ordem jurídica, impedir interpretações errôneas da imprensa e preservar a credibilidade da corporação.

Muitas vezes, esses desastres não são gerados pela fúria da natureza, como terremotos e furacões. O imponderável pode surgir de uma greve violenta, de um ataque de hackers, de um ato de sabotagem concorrencial, de uma falha técnica ou de um erro humano.

Qualquer gestor pode receber um tranco desse tipo. Pode ser o perueiro que vende churros e vê seus ativos levados pela enchente. Pode ser o diretor de uma grande exploradora de petróleo que vê um duto furado emporcalhar uma área do tamanho da Bélgica.

Portanto, pense nisso quando tudo estiver certo, organizado e tranquilo. É a hora em que você tem mais controle sobre o futuro.

Estude a geografia da sua empresa. Tem algum rio por perto? Ele pode transbordar? Existe alguma mata seca na região? Como agir se houver um incêndio na área? Seus dados estão bem protegidos? E a sua documentação? Você tem para onde transferir seus equipamentos em caso de inviabilização da área de trabalho?

Sabe quais vizinhos pode prejudicar? Já falou com eles a respeito?

As empresas prudentes normalmente mantêm backups atualizados de seus dados, mantidos em locais diferentes. E também sabem como localizar rapidamente seus colaboradores estratégicos num momento de confusão, como durante um apagão elétrico.

Portanto, não importa o tamanho do seu negócio: identifique riscos e as falhas possíveis na sua operação.

Defina medidas preventivas e corretivas para cada falha imaginada.

Determine quem pode efetuar esses consertos. Estipule quais ferramentas serão utilizadas nessa ação.

Constitua uma variedade de opções para que suas atividades sejam o mais rapidamente reativadas.

A “economia da irresponsabilidade” tem levado muitos executivos a negligenciarem esse trabalho profilático.

Por isso, a cada dia acordamos com a Internet piscando uma notícia triste. É o ácido que caiu no rio. É a fumaça tóxica que se espalhou por um bairro inteiro. É um vazamento nuclear que está exigindo a evacuação de toda uma cidade.

Dizem que o seguro morreu de velho. A pergunta é: será que você está suficientemente seguro para garantir longevidade ao seu negócio?

Reflita sobre isso. Preserve o que é seu e também o que é dos outros. E jamais deixe escapar sua oportunidade de sambar na avenida.

Pois, a teoria na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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