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Qual é o recado do rolezinho?

Iniciou-se 2014 e o assunto do momento é o rolezinho, a polêmica atividade de lazer que reúne jovens das periferias e subúrbios nos shoppings.

Nas últimas semanas, esses eventos assustaram lojistas, motivaram o fechamento de centros de compras e preocuparam até mesmo a presidente da República.

Na cabeça de muitos comerciantes, o rolezinho está associado a outro fenômeno, este realmente aterrorizante: o arrastão, iniciado anos atrás nas praias do Rio de Janeiro.

Sim, como não somos bobos, sabemos que é preciso ter cuidado com manifestações dessa natureza, aparentemente sem lideranças, capazes de gerar um efeito manada na prática de infrações e crimes.

No entanto, há outra reflexão que precisa ser feita por quem produz e vende. Afinal, quem são esses jovens e efetivamente o que desejam?

Obviamente, a maior parte desses meninos e meninas não quer roubar, destruir e apavorar. Desejam, na verdade, ocupar um templo de consumo que oferece as coisas da moda, de qualidade, consideradas como luxuosas.

Não são os descamisados que povoaram os discursos políticos de outras épocas. Na realidade, são jovens que adoram grifes e se vestem da melhor maneira possível para a ocasião do rolê com os amigos.

De acordo com pesquisa o Instituto Data Popular, o jovens da nova classe C, estrato identificado com os rolezinhos, têm um poder de consumo de R$ 129,2 bilhões anuais.

Esse valor excede o que consomem, somados, os jovens das classes A, B e D, cerca de R$ 100 bilhões anuais.

A lição que podemos tirar desses números é a seguinte: expulsar esses rapazes e garotas dos espaços de comércio equivale a queimar oportunidades de negócio.

Esses jovens, muitos deles trabalhadores, seduzidos pela propaganda do consumo, desejam transitar nos espaços que foram interditados a seus pais.

Ao mesmo tempo, reclamam um espaço de lazer e entretenimento. Nas grandes cidades, já não temos a pracinha e a quermesse. Ao mesmo tempo, não foram criadas opções de diversão para a juventude.

No shopping, ironicamente, a meninada procura segurança. Ali, também buscam limpeza, beleza e a chance de desfilar seus dotes e pertences.

Cabe aos profissionais de marketing e aos estrategistas das empresas encontrar uma maneira de incluir essas meninas e meninos no bom teatro do mercado.

Convém que, sem preconceito, estudem suas linguagens, compreendam seus ritos gregários e atendam a suas singulares demandas de consumo.

Não se civiliza com borrachada ou cadeado na porta. É preciso dialogar, decifrar e construir acordos. O resultado é bom para todo mundo.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!


Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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