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Por que estão espionando você?

O título deste artigo reproduz a pergunta que não quer calar, especialmente depois que o ex-técnico de segurança Edward Snowden, da National Security Agency (NSA), divulgou documentos que revelaram os olhares indiscretos dos Estados Unidos sobre empresas, gestores e consumidores brasileiros.

Segundo o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que recebeu de Snowden amostras do material resultante de espionagem, seu país tem bisbilhotado nossas comunicações principalmente para obter vantagens estratégicas em disputas comerciais.

O caso ganhou as manchetes do jornais e trouxe uma preocupação. Até que ponto estamos vulneráveis diante do “grande irmão”? De que forma podemos proteger a propriedade intelectual e nossos projetos inovadores?

A princípio, convém lembrar que estamos vivendo uma verdadeira revolução nas relações humanas. Nunca fomos tão conectados. Nunca tivemos acesso a tantas informações. Se isso é formidável, há também um outro lado a ser considerado. Nunca estivemos tão expostos, na vida profissional e também na vida particular.

Aquilo que James Bond fazia pessoalmente, com muito talento e elegância, hoje é feito por espiões virais que perambulam por nossos computadores e, no campo aberto, pelos drones, que podem fotografar o seu quintal e saber quem compareceu ao seu churrasco de aniversário. De alguma forma, já vivemos no “1984”, de George Orwell.

Na área corporativa, o acirramento da disputa por mercados tem fortalecido o mercado da espionagem e da contra-espionagem. As empresas dedicadas a prestar esses dois tipos de serviço já compõem um segmento importante nos EUA e na Europa.

Janelas indiscretas

O que antigamente era divulgado à boca pequena, hoje estampa matérias dos principais jornais. Um bom exemplo, no início da década passada, foi a descoberta das atividades de um espião que revirava o lixo da Unilever em busca de informações estratégicas. Para evitar sofrer um processo na Justiça, a P&G aceitou um acordo com a concorrente e pagou-lhe uma indenização de 10 milhões de dólares.

No caso da Petrobras, têm sido frequentes as denúncias de espionagem. Em 2008, por exemplo, a associação dos engenheiros da empresa revelou que vários laptops tinha sido roubados das residências de funcionários importantes da empresa.

Há pouco mais de dois anos, num caso que mobilizou até o governo Francês, a Renault suspendeu diretores suspeitos de vazar para a concorrência informações importantes sobre seus projetos de veículos elétricos.

Não há inocência nem no setor de brinquedos. Durante anos, a MGA Entertainment, fabricante da boneca Bratz, e a Mattel, da Barbie, acusam-se mutuamente do roubo de segredos industriais. A briga tem ocupado os tribunais e, nos EUA, é acompanhada até mesmo pelas crianças que consomem os produtos.

Analisando este cenário, podemos tirar algumas conclusões:

1. Governos e grandes corporações monitoram você, sim, especialmente pelas redes sociais, que têm servidores nos Estados Unidos. O que você faz, vê, ouve, clica, diz e escreve define tendências de consumo. Essa informação é estratégica. Você pouco pode fazer para evitar essa varredura diária.

2. A espionagem no âmbito das organizações ocorre com muito mais frequência do que imaginamos.

3. Muitas vezes, as informações sigilosas são vazadas a concorrentes por alguém de dentro da empresa. Neste caso, portanto, proteger a informação depende da montagem de uma equipe de gestão que agregue somente pessoas confiáveis.

4. Há informações importantes que efetivamente não podem ser enviadas por um simples e-mail, SMS ou mensagem em rede social. Por vezes, a velha reunião de negócios é o que funciona.

5. A miniaturização facilitou demais o trabalho dos espiões. Não são raras as empresas que encontram microfones e câmeras em suas instalações. Muitas delas não divulgam o que encontram porque estariam admitindo a fragilidade em seus sistemas de segurança.

6. Já operam no Brasil empresas especializadas em combater a espionagem corporativa. Elas podem efetuar uma varredura nas instalações físicas do cliente e verificar a segurança de suas redes de comunicação cibernética.

7. Todo lixo tem valor informativo. Portanto, convém às empresas cuidar de maneira eficiente da destinação desses resíduos de conteúdo.

Portanto, se você tem valor de conhecimento agregado ao seu negócio, proteja-se. Mas não se imobilize e não se deixe dominar pelo receio.

Pior que a espionagem é a paranóia. Afinal, a teoria, na prática, funciona.


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