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Colunista

Muito além da mesa

Conheci Marcelo Ponzoni na época em que se anunciava o fim do mundo. O banco Lehman Brothers havia caído e muitos negociantes, no mundo inteiro, estavam desarmando suas barracas e guardando as mercadorias no caminhão.

No próprio mercado publicitário, percebia-se um clima de fim de quermesse. Depois de bons anos de crescimento e prosperidade, estávamos supostamente embarcando numa crise sem precedentes.

Nadando contra a maré, Ponzoni lutava para desenvolver novas áreas de negócio em sua agência. Estava aperfeiçoando, por exemplo, o serviço de construção e manutenção de sites. Comprava equipamentos, investia, treinava pessoas.E não sossegava. Botava suas ideias no papel, montava novos projetos e visitava todos os seus clientes. Por conta desse espírito empreendedor, acabava estimulando as pessoas a sua volta, de fornecedores a clientes, de colaboradores a colegas da área de propaganda.

Lembro-me de que, na época, produzi vários artigos sobre o comportamento desejado dos executivos em momentos de crise. Eu dizia que era hora de aprender, de reaprender, de inovar, de renovar, de fazer melhor e de buscar vantagens nos processos competitivos.

Afinal, nesses momentos sensíveis, somos mais capazes de desenvolver nossas capacidades, expor nossas capacidades e oferecer provas de superação.

Logo percebi que Ponzoni trilhava justamente esse caminho. Exercitava-se, desafiava-se, realizava experiências.

Um dia, fui visitar sua agência, na Zona Sul de São Paulo. E ele me ofereceu uma viva imagem desse espírito transformador.

Metade da Rae,MP estava num sobrado modesto, antigo. A outra metade, no entanto, já habitava um outro imóvel, contíguo, super moderno, bem decorado e projetado para oferecer conforto às equipes de trabalho e aos clientes.

Da rua, via-se na obra de reforma um símbolo desse processo de transformação. A metamorfose em curso.

Com o tempo, descobri um pouco mais sobre esse publicitário. E, surpreso, vi coincidências em nossas trajetórias.

Eu vendi bolinhos num campinho de futebol. Ele vendeu tênis All-Star reformados. Eu vendi material fotográfico e geladeiras. Ele vendou calcinhas e jeans. Tive uma revendedora de veículos. Ponzoni ajudou empresas do ramos a negociar milhares de veículos.

Percebi que ambos éramos vendedores, e que tínhamos gosto pelo ofício. Afinal, sempre vendemos alguma coisa. E a arte da venda tem sido fundamental ao processo civilizatório. Quem vende também inventa, aperfeiçoa, identifica demandas, gera conforto e participa efetivamente do desenvolvimento econômico e social do país.

A leitura de seu livro foi reveladora, e mais uma vez encontrei coincidências com a minha biografia. Ponzoni foi um garoto curioso, criativo, cheios de projetos, desde cedo interessado em negócios, vivendo numa São Paulo em ebulição. E, assim, lembrei das minhas aventuras de infância, dos jogos de bola, das guerras de mamona e das tardes que passava observando o trabalho de meus pais no bar que nos garantia o pão de cada dia.

Em outros capítulos, ele ministra uma verdadeira aula aos jovens, narrando passo a passo a construção e fortalecimento de sua agência, erguida do nada, nos fundos de uma agência de automóveis na Zona Leste de São Paulo.

Ali, vale a lição de dedicação, esforço e persistência, bem como seu talento para prospectar clientes e oferecer-lhes soluções e resultados.

Os capítulos finais do livro são reveladores de seu estilo na gestão de pessoas. Ponzoni estimula o aprendizado permanente, autoriza as experiências criativas e constrói, todos os dias, uma cultura corporativa cooperativa, em que clareza e franqueza são fundamentais.

Eclético, multimidiático, ele trabalha com afinco para identificar a essência na marca do cliente. Depois desse estudo meticuloso, entrega-se com dedicação à missão, seja ela a ativação de uma marca, uma mudança na imagem institucional ou simplesmente a busca de um incremento de vendas.

Quando a crise passou, o inquieto publicitário tinha mais uma coleção de vivos saberes. E, certamente, tinha constituído bons trunfos competitivos.

Arrisco dizer, portanto, que Ponzoni não queria apenas uma mesa. Na verdade, ele queria uma base, um porto seguro, ponto de partida para sua aventura empreendedora. E seria muito bom se todos empresários brasileiros copiassem o seu exemplo: arranje uma mesa, mas jamais se deixe acomodar atrás dela.

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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