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Colunistas - Silvia Rocha

Arquitetura além da visão: uma reflexão sobre a iluminação nos ambientes empresariais

Em razão do crescente aumento do número de atividades realizadas em espaços fechados, o conforto ambiental passou a ser ponto fundamental na idealização dos projetos arquitetônicos.

A iluminação, umas das principais variáveis de conforto, é motivo de grande preocupação nas empresas, especialmente nas áreas de recursos humanos e segurança do trabalho, por estar relacionada não só ao aspecto visual, mas também ao nível de ruído e à temperatura. Uma iluminação inadequada pode causar fadiga, cefaleia e irritabilidade ocular, que se traduzirão em diminuição da produtividade, erros e até mesmo acidentes. A cognição e a percepção visual são aspectos fortemente influenciados pela iluminação, e quando essa influência é negativa, dependendo da natureza e do conteúdo do trabalho, as consequências podem ser graves. As principais variáveis que podem interferir na iluminação são: o tipo de fechamento utilizado na construção, a escolha das luminárias e lâmpadas, as características refletivas dos materiais de revestimento e as cores empregadas.

Quanto ao tipo, a iluminação pode ser natural, que é aquela recebida pela luz solar através das aberturas (portas, janelas, telhas translúcidas, átrios etc.) e que pode variar de acordo com as condições atmosféricas, períodos do ano e horário do dia; ou artificial, que é a iluminação feita por lâmpadas elétricas. Esta segunda é um reforço à iluminação natural e pode ser geral ou suplementar. A iluminação geral ilumina todo o ambiente, não objetivando uma única operação, e pode ser constituída, por exemplo, de luminárias instaladas no teto. A iluminação suplementar ilumina melhor um determinado objeto ou ação e complementa a iluminação geral.

A definição do tipo de lâmpada e de luminária a serem usadas é um fator importantíssimo para a qualidade da iluminação. Sua escolha depende do tipo de ambiente e de qual atividade será desenvolvida no local. De igual importância para o resultado final será a distribuição e localização dessas peças. As luminárias devem ser posicionadas de forma que previnam (ou conforme o caso, enfatizem) sombras e contrastes do que se quer iluminar. Para o arquiteto Fabio Rocha, especialista nesse assunto, “a quantidade de luminárias necessárias para atingir o nível de iluminância adequado à execução de determinada tarefa é estabelecida pelo projeto luminotécnico, que leva em consideração a acuidade visual dos usuários, as tarefas desenvolvidas, as dimensões dos objetos a serem visualizados, o tempo de exposição desses objetos aos olhos, o pé direito do prédio, a altura do plano de trabalho, a reflexão do entorno, o contraste, as cores e o lay-out do local e o tipo de lâmpadas usadas.

Sobre iluminação, o arquiteto Fabio Rocha resume:
  1. 1) Iluminância: é o fluxo luminoso incidente por unidade de área iluminada. Sua unidade de medida é o lux. Fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por segundo por uma fonte de luz, e sua unidade é o lúmen (lm). Para fins de cálculos luminotécnicos, a luz natural é desconsiderada.
  2. 2) Seleção da iluminância: nos locais de trabalho os níveis de iluminância mínimas são definidos pela NBR 5413:92, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A iluminância deve ser medida no campo de trabalho, e, quando este não é definido, entende-se o nível como referente a um plano horizontal a 0,75 m do piso.
  3. 3) Acuidade visual: é o grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes. Para seleção da iluminância, a NBR 5413:92 atribui pesos conforme a idade do observador, os quais implicarão um nível maior ou menor de iluminamento mínimo necessário. Esta NBR distingue três faixas etárias: inferior a 40 anos, de 40 a 55 anos e superior a 55 anos. Também atribui pesos à velocidade e precisão da tarefa e à refletância de fundo da atividade.
  4. 4) Lâmpadas: basicamente há dois tipos de lâmpadas, as incandescentes e as de descarga. Entre as incandescentes temos as comuns, as halógenas e as dicroicas. Entre as de descarga temos as de baixa pressão (fluorescentes e sódio baixa pressão) e as de alta pressão (mercúrio, sódio, mista e vapores metálicos). As lâmpadas incandescentes geram luz pela incandescência de um fio percorrido por corrente elétrica devido a seu aquecimento quando este é colocado no vácuo ou meio gasoso. As incandescentes halógenas contêm halogênio (iodo, flúor, bromo) em seu bulbo. As dicroicas funcionam similarmente às halógenas e têm um refletor dicroico que produz um facho concentrado de luz brilhante e impede a emissão de calor.
  5. 5) Tecnologia LED: o LED é um componente eletrônico semicondutor, ou seja, um diodo emissor de luz (do inglês light emitter diode). Fonte luminosa produzida à base de compostos orgânicos, um led típico funciona por mais de 11 anos, se usado por até 12 horas por dia. Mesmo com um custo de aquisição mais elevado que o de qualquer tecnologia que tenha recentemente alcançado o mercado, o uso de leds faz a conta de luz ficar mais barata. Usados, hoje em dia, especialmente em lugares em que as lâmpadas compactas fluorescentes não servem, os leds são a grande promessa do futuro no que diz respeito à iluminação em geral.
Em linhas gerais, Fabio Rocha enfatiza: “um bom projeto de iluminação deve contemplar, no mínimo, as seguintes ações: a) alcançar um nível de iluminância adequado à utilização do ambiente; b) escolher corretamente as lâmpadas e luminárias que serão empregadas, levando-se em conta também o fator economia; c) reproduzir fielmente as cores dos objetos e do ambiente; d) criar impressão de bem-estar e conforto aos usuários; e) harmonizar a iluminação com o projeto global do ambiente, ou seja, diferenciar sempre os ambientes cuja iluminação deve ter função decorativa e/ou funcional; f) criar circuitos elétricos independentes conforme o uso”.

Ao projetar espaços corporativos, o arquiteto deverá entender o negócio de uma maneira ampla, porém conhecendo detalhadamente a situação de trabalho em que cada usuário, ou equipe, está inserido, de forma que compreenda todos os aspectos físicos e mentais envolvidos e os relacione aos princípios da ergonomia.

Frequentemente, os aspectos físicos são mais visíveis, pois estão associados ao modo operatório, às ações, aos gestos e movimentos de quem realiza as tarefas, diferentemente dos aspectos mentais, que abrangem a cognição e o psiquismo. A cognição diz respeito ao raciocínio, à tomada de decisões, à memorização, ao planejamento, enfim, ao lado intelectual das atividades, e está diretamente ligada ao psiquismo, que contempla os sentimentos, as emoções, o comportamento e a percepção. Sendo o local de trabalho um produtor de sensações (o que é sentido) que conduzem às percepções (o que é compreendido), todo cuidado é pouco no momento de sua concepção.

Contatos através do e-mail:
silvia@fabiorochaarquitetura.com.br

Site: www.fabiorochaarquitetura.com.br

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