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Colunista

Dividir para multiplicar.

É provável que você tenha lido essa notícia na semana passada. O empresário Viktor Pinchuk, de 52 anos, segundo homem mais rico da Ucrânia, decidiu que doará pelo menos metade de sua fortuna para obras caritativas, educativas, culturais e de fomento à geração de novos negócios.

“Quando você é abençoado nos negócios, tem a responsabilidade de dar de volta”, justificou-se o magnata do aço e dos meios de comunicação, que tem uma fortuna avaliada em US$ 3,7 bilhões.

Para muita gente, no entanto, a reportagem pode ter parecido uma reprise. Será que já não ouvimos isso antes? Sim, ouvimos. Pinchuk é mais um grande empresário a aderir à campanha The Giving Pledge (A promessa de dar), iniciada timidamente em 2010 pelos bilionários norte-americanos Bill Gates e Warren Buffett.

A ideia é repartir valores na construção de uma sociedade menos desigual, com geração extensiva de oportunidades e compromisso com um modelo de crescimento sustentável.

Na última estimativa, de novembro passado, pelo menos 91 bilionários já tinha aderido ao projeto. As doações serão feitas em vida e, se necessário, completadas por destinações expressas em testamento.

Juntos, os 40 primeiros membros do “clube” distribuirão pelo menos US$ 125 bilhões. Em suas viagens pelo mundo, Gates tem tentado convencer outros bilionários a repartir a riqueza acumulada.

A imprensa afirma que a lista de doadores voluntários já conta com personalidades como Mark Zuckerberg, criador do Facebook; Ted Turner, fundados da CNN e o diretor de cinema George Lucas.

Não se pode desconsiderar o espírito altruísta de muitas dessas celebridades. No entanto, o projeto exibe também um interesse economicamente estratégico.

Primeiramente, é preciso frisar que esses bilionários, mesmo entregando metade do que possuem, continuarão incrivelmente ricos. Se seus recursos forem bem geridos, não passarão necessidades, nem seus descendentes de quinta ou sexta geração.

Depois, é preciso lembrar que um dos componentes da crise iniciada em 2008 foi justamente um desequilíbrio sistêmico na distribuição de capital entre os atores do mundo produtivo.

Isso quer dizer que, em muitos lugares, as pessoas realmente competentes, esforçadas e empreendedoras não tinham (e não têm ainda) dinheiro, ou seja, o combustível para mover seus negócios.

Se há menos negócios e menos produção, a economia global se concentra e se enfraquece. Aos poucos, o dinheiro perde seu lastro, pois não se baseia em benefícios coletivos tangíveis.

Dinheiro, na medida certa e bem aplicado, gera negócios, ocupação e consumo, num círculo virtuoso para a economia global. A pergunta que fica é: de que forma serão geridos os recursos dessas espetaculares doações? A caridade, citada pelos entusiastas do projeto, é importante. Num mundo tecnicamente desenvolvido como o nosso, ninguém deveria sentir sede ou passar fome.

No entanto, uma parcela significativa desse dinheiro deve, como querem seus doadores, constituir oportunidades e multiplicar benefícios. É nessa questão que devem pensar, com responsabilidade, os agraciados com esse prêmio especial.

A verdadeira filantropia não deve ser fundada num processo de culpa, mas na vontade de melhorar o que está ao nosso redor. Nestes casos, dá-se a vara da oportunidade e não o peixe da esmola.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!

Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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