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Afinal, vivemos em castelos de areia?

Considerada a atual sociedade de consumo, será que nossa situação de conforto e abundância está consolidada? Será que teremos a adequada quantidade de energia, água e comida para manter nosso modelo de vida?

Procurei refletir sobre o tema em meu livro A Economia do Cedro, publicado no início desta década, quando estabeleci um elenco de ameaças e oportunidades ao desenvolvimento das comunidades humanas.

Na ocasião, manifestei preocupação especial com a evolução do quadro de mudanças climáticas, resultantes, sobretudo, de atividades produtivas “não responsáveis”.

Ontem, dia 31 de março, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), divulgou um novo relatório sobre o assunto, lastreado em 12 mil estudos recentes, realizados em diferentes países.

De acordo com os cientistas reunidos em Yokohama, no Japão, o impacto das mudanças climáticas (popularmente conhecidas como “aquecimento global”) será “grave, abrangente e irreversível”.

O IPCC considera que o documento é a avaliação mais completa já realizada sobre o tema. Os peritos que o elaboraram afirmam que a quantidade de provas científicas acerca do fenômeno dobrou desde o último relatório geral, publicado em 2007.

Para o secretário-geral da Associação Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, a ignorância já não pode ser utilizada como desculpa pelas pessoas que estão “destruindo o planeta”.

“O estudo apresenta as mais sólidas evidências que poderíamos obter em qualquer disciplina científica”, afirmou.

De acordo com as previsões, com o atual ritmo das mudanças, o mundo sofrerá perdas de mais de 25% nas colheitas de milho, arroz e trigo até 2050. Neste ano, a população global chegará a 9,3 bilhões segundo a ONU. Hoje, somos 7,2 bilhões.

Para se ter ideia deste descompasso, enquanto escrevia este artigo, 6,4 mil seres humanos foram somados a este total (nascidos menos falecidos).

Para o cientista Neil Adger, da universidade britânica de Exeter, no Reino Unido, o futuro será de muitos riscos, pela redução das colheitas e pela falta de água.

O estudo mostra que as enchentes e as ondas de calor estarão entre os principais fatores capazes de ceifar vidas.

A escassez de recursos, obviamente, gerará grandes movimentos migratórios e, provavelmente, conflitos armados. Na verdade, são eventos que já ocorrem, por exemplo, na África Subsaariana e no Sudeste da Ásia.

Considero-me um realista otimista. Vejo que a humanidade já enfrentou graves problemas, e sempre soube enfrentá-los e solucioná-los.

Se hoje dispomos de tanta tecnologia, é provável que tenhamos ainda mais chances de obter sucesso nessa empreitada.

No entanto, é preciso que todos, no plano público e no plano privado, nos empenhemos urgentemente em constituir práticas de gestão responsável e sustentável.

Em caso contrário, logo nos daremos conta de que habitamos frágeis castelos de areia, suscetíveis às forças naturais. A correção, portanto, precisa começar já, em casa e no escritório.

Inicia-se, por exemplo, na substituição de uma torneira comum por outra econômica, e vai até a preservação estratégica dos mananciais.

Se degradados, faltará até mesmo a energia que abastece o computador pelo qual você lê este artigo.

Esta luta é sua, é minha, é de todos nós. Qualquer empreendimento, se realmente bem gerido, contempla também as necessidades do planeta.

Pense, atue, renove e reinvente.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!


Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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