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Colunista

O que o Armstrong pode ensinar aos gestores?

Não há como fugir do tema. Em todos os lugares, reais ou virtuais, discute-se a entrevista de Lance Armstrong no Oprah Winfrey Show, levada ao ar na semana passada.

O ex-ciclista, hoje com 41 anos, confessou o uso e distribuição de substâncias bioquímicas de dopagem.

Armstrong deseja uma nova chance. Banido para o resto da vida das competições que adotam o Código Mundial Antidoping, pede uma chance para disputar provas de triatlo e corrida.

A vida do esportista é repleta de capítulos que misturam tragédia e superação.

Quando criança, foi abandonado pelo pai. Cresceu com dificuldades, graças ao empenho da mãe.

Em 1996, os médicos descobriram que ele tinha um câncer testicular. Havia desenvolvido tumores também no cérebro e nos pulmões.

Submeteu-se a complexas cirurgias e quimioterapia. Milagrosamente, curou-se e fundou a Lance Armstrong Foundation (desde Novembro passado, Livestrong Foundation), dedicada a oferecer suporte a pessoas vítimas da doença.

Voltou ao ciclismo e estabeleceu um recorde de sete triunfos consecutivos no famoso Tour de France, títulos que lhe seriam retirados em 2012.

Durante anos, Armstrong foi um exemplo de boa gestão , em que esforço, organização e estratégia sempre geravam bons resultados, na carreira e na vida pessoal.

Seus livros foram consumidos por esportistas do mundo inteiro e também por executivos em busca de orientação e inspiração.

Hoje, essas pessoas estão perplexas e se perguntam: será que ainda devo acreditar nas palavras desse ex-monstro sagrado?

Em meu mais recente livro, A Economia do Cedro, rendo especial atenção ao problema da ética nos negócios e nas relações profissionais.

A crise econômica mundial que eclodiu em 2008 tem origem justamente em comportamentos moralmente inadequados de gestores, públicos e privados.

Profissionais “espertos”, em busca de vantagens imediatas, venderam a quem não tinha condição de comprar (subprimes), enganaram acionistas de instituições financeiras e, sobretudo, participaram de um esquema irresponsável de hipotecas sobrepostas, no qual se produziu uma moeda circulante sem lastro.

Essa cultura contemporânea do triunfo a qualquer preço levou à bancarrota empresas gigantes, como a Enron Corporation e o Lehman Brothers Holdings Inc., além de arranhar a imagem de instituições como o Barclays Bank e a American Airlines.

Há, no entanto, uma mudança global de comportamento. A informação gira numa velocidade incrível e torna-se cada vez mais difícil ocultar esquemas fraudulentos.

Ao mesmo tempo, as pessoas são cada vez menos tolerantes à corrupção. Essa indignação coletiva move gente no mundo inteiro, especialmente jovens. Eles protestam contra empresas irresponsáveis e derrubam governantes criminosos.

Nesta nova economia nascente, a reputação é um ativo de extremo valor. Cada vez mais, as pessoas utilizam critérios éticos para escolher produtos, serviços e fornecedores.

Falsos gestores ainda doparão suas organizações para obter vantagens imediatas. No entanto, é certo que a sociedade será cada vez mais severa contra esses elementos.

Num ambiente de livre iniciativa e leal competição, os stakeholders exigirão, cada vez mais, transparência, honestidade e trabalho duro.

Os conceitos de riqueza e valor serão, cada vez mais, associados à geração de benefícios tangíveis e intangíveis aos atores do teatro de trocas econômicas.

A nova economia é como uma bicicleta. Mantém-se erguida somente quando em movimento.

Para isso, depende do ciclista. E este gestor de roteiros apenas se mantém no comando quando sustentado por valores e princípios.

Vale a pena refletir sobre o assunto. Afinal, a teoria, na prática, funciona!


Contatos através do e-mail: julio@carlosjulio.com.br
Site: www.carlosjulio.com.br

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