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Como gerir em um mundo corrupto?

27/11/2014 -

Corruptos não emitem notas fiscais, tampouco submetem à apreciação pública seus registros contábeis. Portanto, é difícil estimar de modo exato o custo da corrupção para o país.

Estudos recentes, no entanto, avaliam que pelo menos R$ 80 bilhões são desencaminhados da economia, todos os anos, por conta dessas operações ilícitas.

O sentido original da palavra corrupção está associado à ideia de “deterioração”. Significa, portanto, que parte do sistema de trocas comerciais apodrece por conta dessas condutas.

Em um sistema corrupto, perdem os esforçados, os honestos e os talentosos. Ganham os “espertos”, os meliantes e os incompetentes. A vítima é a sociedade como um todo.

Quem recebe propina, por exemplo, pode retirar do circuito competitivo um player capaz e idôneo, elegendo em seu lugar um menos habilitado.
Quem paga propina, em geral, adultera o projeto de investimentos. O dinheiro que irriga o sistema de corrupção é o mesmo que falta em projetos de desenvolvimento, capacitação e inovação.

De modo geral, a corrupção não se limita à prática do pagamento de subornos. Seu intrincado sistema acaba por agregar a chantagem, o roubo, a fraude, a apropriação indébita, o nepotismo, o clientelismo e o aparelhamento político partidário.

Como mostra a história, desde os primórdios do senado romano, a corrupção é contaminante. Ela tende sempre a crescer e a adulterar condutas, mesmo daqueles considerados honestos.

No campo das trocas econômicas, o corrupto sempre acena com a oferta de vantagens competitivas. E, não raro, o ator produtivo é levado a acreditar que, sem participar do esquema, não terá chances de prosperar no ambiente das disputas concorrenciais.

Cabe destacar que a corrupção não é vergonhoso patrimônio do governo, mas do Estado. A corrupção mais prospera onde falta transparência, sobra burocracia e vigora a regra da impunidade.

Este lugar pode perfeitamente ser o Brasil. As reformas no campo fiscal e político, por exemplo, estão atrasadas, muito atrasadas. Nas altas esferas de poder, a multiplicação sem critério de partidos exige malabarismos no terreno da ilegalidade. Tudo em nome da chamada “governabilidade”.

Não é fácil gerir em um ambiente como este, em que a corrupção parece perfeitamente integrada ao repertório das condutas administrativas.

Mas há solução? Claro que sim, ainda que não imediata. A primeira exigência é que sejamos todos soldados na luta cidadã contra a corrupção. Precisamos no posicionar, sempre, e exigir devida punição aos responsáveis por falcatruas dessa natureza.

No campo da gestão, convém estabelecer processos que garantam a transparência dos negócios, especialmente no campo financeiro. Este, aliás, pode se converter em um diferencial competitivo. Se boa reputação é raridade, convém radicalizar na honestidade.

O mais importante, no entanto, é que a empresa desenvolva uma cultura baseada no fortalecimento dos bons valores.

Os colaboradores precisam saber que o crescimento da organização terá como pilares, por exemplo, a qualidade, a rapidez e a boa relação com os stakeholders.

As boas companhias prosperam assim, gradualmente, pavimentadas pela virtude. Recusam as oportunidades de ocasião, o jeitinho e os atalhos propiciados pela compra ilegal de acessos.
Façamos a nossa parte.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!


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